O desfiladeiro

Entre neblinas que ocultam,
Persistem, rodopiando,
Obscuridades incertas,
Trazidas por ventos imprevisíveis.

A luz intermitente cinge-se
Ao mínimo suficiente,
Pois entre vales incertos
Reina sempre a penumbra.

Sobre os colossos de outros tempos,
Esculpidos da rocha pura,
Jazem as esperanças erodidas
Pelos elementos adversos
Desse ambiente desgastante.

A natureza das coisas
Cobriu-se de um manto de dor.
Enquanto dilacera,
Ao longo de muitas vidas humanas,
O desfiladeiro mostra as verdadeiras formas.
Enquanto sangra com chuvas
Lava as suas fragilidades.
Ficam as ruínas sólidas
Da sua verdadeira essência.


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